quarta-feira, 28 de outubro de 2015

História do Dia das Bruxas (Halloween)

Sabes qual é a origem do "Dia das Bruxas"?
O Dia das Bruxas é uma festa muito antiga. Foram os povos celtas, muito apegados à natureza.
Para os celtas, o fim do verão era também o fim do ano. Nesta data eles homenageavam os seus parentes e amigos que já morreram e os seus deuses.
Foram os Estados Unidos o responsável por popularizar a tradição do Dia das Bruxas. Hoje, crianças e adultos fantasiam-se de monstros, bruxas, magos, e fantasmas e saem para o travessuras ou gostosuras, que funciona assim: os fantasiados vão de porta em porta a perguntar "doçuras ou travessuras?" para ganhar rebuçados, chocolates e outros doces.
No dia 31 de outubro os moradores também enfeitam as suas casas com objetos feitos pela própria familia, como a cara-de-abóbora, conhecida como Jack da Lanterna.
O Dia das Bruxas não faz parte da cultura portuguesa, mas algumas pessoas costumam celebrar esta data como forma de diversão.
Reza, que habitavam regiões de França e Inglaterra entre os anos 600 a.c e 800 d.c que deram origem à tradição do Dias da Bruxas. Naquela época, o Dia das Bruxas chamava-se Samhain, que significa 'fim do verão". O Samhain era comemorado do dia 30 de outubro ao dia 2 de novembro, os últimos dias do verão.
Então, prepara a tua fantasia e vamos ganhar algumas gostosuras!

*******************************************************
Significado de alguns símbolos

Abóbora: simboliza a fertilidade e a sabedoria.
Vela: indica os caminhos para os espíritos do outro mundo.
Vassoura: simboliza o poder feminino que pode efetuar a limpeza das cargas negativas. Equivocadamente, pensa-se que ela servia para o transporte das bruxas.
Moedas: devem ser recolhidas no final da festa para serem doadas aos necessitados.
Caldeirão: faz parte da cultura - como mandaria a tradição. Dentro dele, os convidados devem atirar moedas e mensagens escritas com pedidos dirigidos aos espíritos.
Aranha: simboliza o destino e o fio que tecem as suas teias, o meio, o suporte para seguir em frente.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Caldo de pedra

 
Um frade andava no peditório; chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair com fome, e disse:
- Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
- Então nunca comeram caldo de pedra?
Só lhes digo que é uma coisa muito boa. Responderam-lhe:
- Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, disse:
-Se me emprestassem aí um pucarinho. Deram-lhe uma panela de barro.
Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
- Agora se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
- Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava um primor.
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada com o que via. Diz o frade, provando o caldo:
- Está um bocadinho insosso; bem precisa de uma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou, e disse:
- Agora é que com uns olhinhos de couve ficava que os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. O frade limpou-as e ripou-as com os dedos deitando as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade:
- Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça…
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço; ele botou-o na panela, e enquanto se cozia, tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar.

 
 
O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço; depois de despejada a panela ficou a pedra no fundo. A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
- Ó senhor frade, então a pedra? Respondeu o frade:
- A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.

                                                                   Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português